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Espaço de Debate e Informação sobre a Vila de Grândola.
Dentro em breve surgirá uma nova funcionalidade e espaço no nosso Blog.
Procurando colocá-lo o mais perto possível dos Grandolenses, iremos lançar as "Conversas na Praça".
Semanalmente, ou quando se justificar, mediante pré-aviso, iremos lançar um debate em directo neste Blog, permitindo a conversa online com todos os leitores, sobre determinado tema.
Procuraremos que os debates sejam efectivamente participativos, e que os nosso convidados aceitem os desafios que vamos lançando.
Contamos convosco! GRÂNDOLA, VILA MORENA - Pequena homenagem à "Sociedade Musical Fratemidade Operária Grandolense", onde actuei juntamente com Carlos Paredes. José Afonso
(...)De facto, Otelo Saraiva de Carvalho escolheu entre três canções de José Afonso: "Grândola", "Traz outro amigo também" e "Venham mais cinco". As últimas duas fazem um apelo ao ouvinte para participar na luta. O que levou o estratego do 25 de Abril à escolha de "Grândola" foi a frase: "O povo é quem mais ordena", um princípio importante para ser proclamado nos primeiros minutos da revolução 57. Além disso, estava proibida a radiodifusão das outras duas canções.
Como foi assinalado atrás, esta canção é a mais conhecida deste autor, pelo que o público continuava a pedi-la, onde quer que José Afonso actuasse. Às vezes, ele recusava apresentá-la, porque não queria fazer disso uma espécie de ritual para idealizar o passado. Ou então pedia ao próprio público que a cantasse, o que condiz com a mensagem e o modo de representação da canção: José Afonso utilizou a tradição musical alentejana, onde se canta muitas vezes em coro polifónico. Nesta forma, há um cantor que canta a primeira estrofe, e o coro canta a segunda. Também o estilo do texto é conforme à tradição alentejana: duas estrofes sempre se espelham uma à outra. Grândola é uma vila no Baixo Alentejo, que serve de exemplo de uma sociedade onde extiste igualdade, liberdade e fraternidade. Na frase "O povo é quem mais ordena", José Afonso fala do poder popular que persistiu ao longo da ditadura, em centros culturais onde não havia directores e as responsabilidades eram partilhadas. Para o cantor, estas formas de relações humanas comprovavam que a ideologia da classe dominante não tinha penetrado no povo. Estes centros remontavam à época anterior ao Salazarismo, quando desempenhavam um papel importante a nível cultural e de consciencialização. O regime fascista dissolveu muitos deles ou reduziu as suas actividades ao desporto outras coisas "inofensivas". No entanto, alguns houve que continuaram o seu trabalho clandestinamente, como foi o caso de Grândola, onde José Afonso actuou algumas vezes.
(in "A canção de intervenção portuguesa - Contribuição para um estudo e tradução de textos" de Oona Soenario, 1994-1995, Universidade de Antuérpia)
Em 1964, Grândola, Vila Morena, fez parte da banda sonora dum pequeno documentário (16 minutos) da autoria de Manoel de Oliveira rodado numa pequena aldeia de Trás-os-Montes, situada entre Bragança e Mirandela: Villa Verdinho – Uma Aldeia Transmontana.
A estreia em público da «Grândola, vila morena», foi na cidade de Santiago de Compostela.
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