A Propósito da CERCI de Grândola



Antes de mais, queria dar os meus parabéns pela iniciativa de criar um blog de discussão de problemas locais, neste caso, relativo à realidade grandolense.

Não sou um habitante de Grândola, mas visitei a vila recentemente e tomei conhecimento da grave situação da CERCI de Grândola. Para minha admiração, soube que um dos sectores desta instituição – a parte responsável pela formação e integração profissional de jovens com dificuldades – foi encerrado e que o terreno onde este sector está instalado vai ser vendido. Soube também que os jovens que este sector acolhia – segundo creio, mais de uma dezena - estão agora sem acompanhamento e que alguns deles continuam a trabalhar, mas sem receber qualquer retribuição monetária. Soube ainda que os trabalhadores deste sector da CERCI de Grândola foram despedidos e que se encontram em litígio com a direcção.
Tenho consciência que as CERCI’s são instituições com grande impacto social nas regiões em que cada uma delas opera. Foi, pois, com grande espanto que notei um silêncio ensurdecedor e quase total em torno desta questão na imprensa local a que tive acesso e neste blog.
As CERCI’s são cooperativas que devem contar com a preocupação e a participação da comunidade circundante, não são empresas em que a direcção e a gestão age autonomamente, sem ter de prestar contas à comunidade.
Pela minha parte, nunca tive conhecimento de uma direcção de uma CERCI que abolisse um campo da sua acção e realizasse despedimentos em bloco. Algo de preocupante se passa...
Faço, pois, o meu apelo a que a comunidade grandolense se informe e questione a direcção da CERCI de Grândola sobre as suas opções e sobre o seu projecto de funcionamento. Cabe avaliar se as actuais opções visam o melhoramento e uma maior abrangência da sua acção ou se estamos perante um caso de gestão danosa e incompetente. É também preciso exortar os poderes locais e nacionais a uma intervenção efectiva.
Submeto, portanto, este tema à discussão dos leitores do blog, fazendo votos de que ela desencadeie uma postura actuante, porque a integração e a formação de jovens com dificuldades é uma componente fulcral da vida de uma comunidade e porque a participação activa dos cidadãos nos sectores vitais da sociedade é, sem dúvida, um dos legados fundamentais de Abril.

Cumprimentos,
Henrique Quiabo

10 comentários:

  1. È de lamentar que as preocupações com a CerciGrândola e os seus trabalhadores não tenham acontecido mais cedo. Pois à cerca de 5 anos atràs os trabalhadores estiveram quase 6 meses sem receberem vencimentos e, existiam dívidas aos fornecedores, esta situação levou quase ao encerramento da instituição. Quando os trabalhadores se queixavam e questionavam, não havia resposta mas só "má cara".
    No que diz respeito à Valência da Formação Profissional, talvez o problema do encerramento da mesma se deva ao facto dos trabalhadores da valência terem apanhado muito sol na cabeça durante o tempo de exposição solar no terraço, a que estavam sujeitas na hora de trabalho. Penso que isto lhes tenha afectado a capacidade de raciocínio. Bem vistas as coisa talvez tenham direitos a reforma por invalidez ou indeminização por doença profissional.

    O admirador incondicional da valência de Formação Profissional

    Constantino Minhoca

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  2. Como o comentário me parece motivado mais por desavenças pessoais do que pelo interesse sobre a questão em si, não tem grande interesse.
    Detendo-se num ataque aos trabalhadores do sector da Formação Profissional, o comentário do Constantino Minhoca não esclarece nada sobre o mais importante: qual o destino dos jovens em causa e do sector de formação profissional, e qual o sentido da venda de património de uma CERCI.
    Acrescento ainda que eu não conhecia a situação de há 5 anos. Mas, o que interessa a situação de há 5 anos? O que interessa é agora...
    Quando uma direcção acha que o trabalho não está a ser bem feito, deve tomar medidas, não deixa de prestar um serviço à comunidade.

    Henrique Quiabo

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  3. Até que em fim que aparece alguém neste blog com lucidez, inteligencia e sem politiquices.
    Parabéns amigo Minhoca.
    Parece-me que o senhor tal como eu vislumbrava com assiduidade o edificio da cerci que o sr. quiabo fala e que parece estar interessado em comprar, e via o mesmo que eu e que me fazia muita confusão como é que uma Instituição com tantas dificuldades financeiras arranjava dinheiro para pagar o salário a tais trabalhadores. É compreensível que estes trabalhadores digam cobras e lagartos da Instituição pois com toda a certeza estão a pensar que tão cedo não arranjam um emprego com solário.

    anonimo

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  4. O sr. Quiabo parece muito bem informado sobre a situação da CERCI,contudo parece-me que não procurou informação junto da Direcção da CERCI, antes de levantar suspeitas sobre gestão danosa e incompetente.
    Quanto à lavagem de roupa suja que vem a acontecer aqui é uma vergonha, nem a CERCI merece isso nem os seus funcionários.
    É uma vergonha a forma como se arrastou aqui para a lama o nome da instituição e dos seus funcionários quer estes tenham sido despedidos quer permaneçam no activo.
    Quanto aqueles que foram despedidos se estão em litígio com a instituição devia-se esperar para ver o que é que isto vai dar, pois nem se devem santificar os despedidos nem crucificar a direcção, pois a situação poderá ser a contrária.

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  5. Sr Minhoca rastejou e disse!! Parabens!!

    Henriqueto papa-formigas

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  6. Sr. Minhoca convêm informa-lo que as dividas avultadas deixadas há 5 anos atrás tinha um elemento da actual direcção, mais especificamente a vice-presidente. Foi a direcção de há 5 anos atrás que conseguiu sanar financeiramente a instituição com o pedido do fundo socorro social, que esta direcção recebeu, e que com ele equilibrou as contas da instituição.
    O Sr. minhoca gosta de baixar o nível, e atacar de forma desleal a instituição, os trabalhadores e a sua direcção, porque neste caso coloca em causa a gestão directiva que não corrige nem organiza pedagogicamente nem administrativamente os seus trabalhadores.
    Convêm não esquecer que a direcção é soberana sobre a gestão desta instituição. Parece-me existir uma intenção de desviar e confundir a atenção sobre o assunto em questão: o encerramento desta valência deixando sem apoio os formandos.
    Este encerramento não se deve ao facto das trabalhadoras terem apanhado muito sol na cabeça, mas por a direcção ter falta de cabeça, pois não se candidatou aos fundos comunitários que garantiam o funcionamento da valência.
    Zeca Amordaçado

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  7. Sr. Constantino Minhoca a visível proximidade com as pessoas que tão acerrimamente defende está infelizmente a toldar-lhe o raciocínio. Meu caro senhor talvez seja melhor informar-se junto com as mesmas pessoas que defende sobre o que realmente se esta a passar. Dizer-lhe ainda que o facto de defender alguém que tanto estima não o habilita a ofender quem não conhece e mais uma vez lhe peço para se informar sobre este assunto. Quanto ao que realmente importa o sr. não fez qualquer comentário, os utentes que ficaram sem a resposta que tinham e que agora se encontram a trabalhar a troco de nada, ou sem qualquer apoio. Poderia realmente prestar algum serviço a comunidade e dar algum contributo para a resolução desta situação realmente injusta para com estes cidadãos que certamente são alheios a estas situações. obrigado!

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  8. Bom, para tentar dialogar com os vários comentários:

    Em primeiro lugar, acho caricato alguém dizer que eu sei muito, quando eu escrevi o post a pedir contributos e discussão, porque sentia que não sabia quase nada sobre a questão.
    Os comentários também não esclarecem muito.
    Por um lado, há pessoas com a pancada dos solários e de apanhar sol, e que só falam disso. Acho que, se se zangarem comigo por causa deste este comentário, vão dizer:
    «Eu desconfio que o Quiabo quer também apanhar sol, ou que está a apanhar sol, ou que também gostava de apanhar sol, etc... Grande malandro! A apanhar sol, hein?»
    Portanto, um perfeito disparate da linha do «Eles não querem é trabalhar!», do qual eu já estou farto, porque em todo o lado há pessoas que trabalham e pessoas que não trabalham; chefes que sabem orientar o trabalho e chefes que não sabem orientar.

    - Quanto à ideia de eu querer comprar o edifício, só tenho uma coisa a dizer ao Anónimo que sugeriu isso: O Anónimo quer vender? Faz um bom preço, é? :)

    - Eu não me limitei a levantar nenhuma suspeita de gestão danosa e incompetente. Eu apenas disse que se devia averiguar se o fecho de um sector da instituição, a venda de património e o despedimento de trabalhadores correspondia a um plano racional da direcção ou se era motivada por uma gestão incompetente. Como deverá compreender, nenhum destes factos abona muito a favor de uma direcção de qualquer instituição. O penúltimo anónimo disse qualquer coisa sobre isso, e as notícias não foram nada boas: a direcção não pediu os fundos, e agora fecha e vende a valência...

    - Não manchei o bom nome de nada nem de ninguém e não vejo qual é o problema de se discutir as coisas publicamente. Geralmente desconfio das pessoas que não gostam de ver discussões públicas e que chamam politiquice e lama à preocupação e à intervenção: acho sempre que têm medo de alguma coisa...

    - O último anónimo, recordou o que é realmente importante, mas que parece que ninguém quer saber: o que será feito dos jovens em questão?

    Pela minha parte, é tudo. Não estou esclarecido, mas também me parece que aqui há poucas respostas. Quando voltar a Grândola, vou procurar falar com as pessoas em causa, e tentar perceber melhor o que se passa.

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  9. Ah! Peço à gestão do blogue que coloque a minha assinatura no comentário que enviei.
    Cumprimentos,
    Henrique Quiabo

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  10. Desde algum tempo a esta parte que lanço, esporadicamente, um olhar sobre este blog. Afinal, ele anda nas bocas do mundo grandolense.
    Mas sinceramente, após uma leitura mais aprofundada, no minimo posso dizer que fiquei triste.
    Mas que insanidade, para não lhe chamar coisas piores, vem a ser esta? Numa terra dita de liberdade, cheia de ideais democráticos, com um passado que nos deve de orgulhar a todos, as pessoas discutem temas de relevante importância escondendo-se atrás de pseudonimos, ainda para mais de mau gosto como minhocas, quiabos e sei lá que mais!!!
    Desde que me conheço por gente, e em especial no que a participações e intervenções públicas diz respeito, sempre gostei assumir as minhas posições, exprimir as minhas convicções, bem como o que delas venha a resultar, mas sempre com frontalidade.
    O que aqui vejo e leio mais parece uma anedota.
    Mas também, sinceramente, acho que a origem desta anedota vem do facto de nem quem é responsável pelo blogue assume a sua identidade e os seus intuitos. A ideia de criar um forum de discussão local é muito positiva, mas assim não. É uma maneira barata de baixar o nivel da discussão de temas que me parecem pertinentes.
    É forma de os cobardes dizerem aquilo que não conseguem olhos nos olhos.
    É a forma de conseguir transformar um boato em noticia e uma noticia em boato.
    Meus senhores e minhas senhoras, tenham decoro e sejam dignos dos nomes que vos deram à nascença, assinem e assumam aquilo que dizem e escrevem. Assim, não tenham dúvidas, estaremos no caminho certo para tornar este espaço credivel e útil. Sem isso, e continuando aquilo que aqui vejo e leio, rapidamente será um espaço sem futuro, e que, pelo menos a mim, me envergonha enquanto grandolense.
    O primeiro passo deverá ser dado por quem o edita. E seguido por todos aqueles que nele escrevam.

    Resta-me desejar as maiores felicidades para o PraçaDomJorge e para Grândola.

    Cordialmente
    Vitor Martins Romão

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